A relação entre o homem e a terra pode ser facilmente medida na relação entre o urbano e a natureza. A ocupação urbana passa por projetos e construções que procuram delimitar as ações da natureza (e de outros homens) frente ao espaço reservado. Enfim, basicamente proteger o humano, ocupante do espaço, das intempéries, animais e perigos da natureza.
Sendo um lugar realmente frio no inverno (pelo menos para alguém que cresceu no Brasil), a Suíça, através da criatividade e da inovação, vem buscando formas de proteger os espaço urbano do frio. Das paredes grossas de madeira e estuque, com janelas duplas e grandes aquecedores à lenha, até os materiais altamente tecnológicos para isolamento térmico.
A busca pela conservação do calor, com o menor dispêndio de energia elétrica ou a gás, é fomentado pelo governo federal e tem o apoio de diversos cantões. Hoje, quem usa novas tecnologias recebe subsídios (quase sempre simbólicos, quando comparados aos subsídios brasileiros) nas tarifas.
Então, em uma rápida caminhada, observamos painéis solares distribuídos pelos quintais e paredes, também vemos velhos sobrados sendo reformados, para que, entre as camadas de paredes históricas, materiais isolantes modernos possam ser injetados ou instalados, sem alterar as fachadas.
Outra forma de perceber isso é nas estações de trem dos pequenos vilarejos. Muitos deles não tem mais escritórios da SBB (companhia de transporte da Suíça), mas sim maquinas automáticas de venda de bilhetes. Mesmo nessas estações pequenas, ainda resistem quartinhos de frente para os trilhos, aonde os passageiros que aguardam o embarque podem se abrigar do frio. Diminui-se o custo geral da estação, mas manténs a proteção ao frio.
Todo o transporte público é aquecido e confortável. Caro também. Mas, além de cruzar paisagens encantadoras, com vistas deslumbrantes, é mais barato do que o transporte particular. O que justifica a quantidade de bicicletas, mesmo nos dias mais frios Como um forma de incentivo para o uso do transporte coletivo, diversos subsídios para estudantes, idosos e para os comuns, podem ser cadastrados e conseguidos junto a SBB.
Os trilhos da SBB rasgam a Suíça através de suas planícies e montanhas, criando em si paisagens interessantes e intervenções urbanas magnificas feitas pela própria relação dos trilhos entre si, com o meia ambiente ou com o espaço urbano, mesmo que nem sempre respeitosas com a natureza.
Outras intervenções urbanas interessantes na interação com a natureza são as obras contra enchente. Como boa parte das grande cidades, do patrimônio histórico-cultural está a beira de rios e lagos, as enchentes são comuns e causam prejuízos consideráveis. Assim, comportas e passagens de nível, canais e trincheiras são construídos ao longo dos rios, procurando proteger as cidades de sua força.
Na primeira foto, a malha férrea de Zürich, vista da estação Hardbrücke. Na segunda foto, o canal do rio Limmat que ajuda a dar vazão à água do lago e foi, na idade média, o fosso que cercava as muralhas da cidade.
